Homem de 72 anos é vítima de cárcere privado na própria casa em Varginha

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Após a abordagem policial militar, que se deu após o recebimento de denúncia anônima, a vítima foi encaminhada para atendimento médico e os autores foram presos e encaminhados à Delegacia de Polícia de Plantão de Varginha

Nesta noite (18), a Polícia Militar da cidade de Varginha efetuou a prisão de um casal (mulher de 51 anos de idade, homem de 26 anos de idade), sob acusação de que ambos estavam mantendo em cativeiro um idoso (72 anos de idade), em péssimas condições de cuidado e de higiene, em imóvel do Bairro Industrial Reinaldo Forest.

As informações iniciais dão conta de que o idoso residia com uma irmã, que faleceu recentemente. A partir disso, a autora do crime se apoderou da casa do idoso, simulando ter se casado com ele, deixando-o fechado em um imóvel dos fundos, sem cuidados razoáveis.

Ela estaria com um amante na casa principal, alegando ser o amante um “filho adotivo”. Ambos deixavam o idoso nos fundos, em condições degradantes, sem água, comida, em meio a fezes e urina.

A prova inicial indica, embora seja necessário aprofundamento, que os autores agiam com finalidade econômica: subtrair o imóvel, os móveis e os rendimentos do idoso.                                                                                                                                                        A perícia policial civil foi acionada e, além de confirmar as condições degradantes de manutenção do idoso, encontrou no local bebidas alcoólicas, resquícios de drogas, e, também, medicamentos possivelmente (necessário aprofundamento da prova) usados para dopar a vítima.

Na Delegacia de Polícia, após muita deliberação a respeito da natureza do crime (cárcere privado, maus tratos, lesões corporais), foi decidido pela equipe policial que, como o caso envolvia aparente intuito econômico, mais se ajustava ao crime de roubo, agravado pelo concurso de agentes e pela restrição da liberdade da vítima.

Nas palavras do Delegado do caso, Dr. Alexandre Boaventura Diniz, “a prova inicial, que deverá ser aprofundada, indica que os autores praticaram esse ato grave, que assemelha aos crimes praticados pelo serial killer mundialmente conhecido Charles Sobrhaj, unicamente com intuito de se apoderar do patrimônio da vítima. Assim, existindo indicativos do dolo de subtração de patrimônio e que para obter a vantagem econômica, os autores se valeram de recursos que impossibilitaram a resistência pela vítima, foi entendido que o crime registrado consistia em roubo, agravado, cuja pena prevista, mínima e máxima, superam, respectivamente, quatro e dez anos de reclusão”.

Os presos foram encaminhados ao presídio de Varginha e o Delegado de Polícia representou pela conversão da prisão em flagrante deles em prisão preventiva.

Por Silvano Damazo

Foto: Júlia Laporte